No Texto 20 foram sintetizados alguns aspectos da avaliação multidimensional da pessoa idosa. Destaque-se que as escalas e testes têm limitações e, por si só, não são suficientes para o diagnóstico, devendo ser tomados como complementares, e não utilizados de forma mecânica. Nada substitui a escuta qualificada realizada pelos profissionais de saúde e a avaliação de todos os aspectos: clínicos, psicossociais, familiares, culturais, econômicos, biológicos, entre outros, que envolvem a vida da pessoa idosa.

Um dos instrumentos ofertados no SUS  para subsidiar os profissionais de saúde, principalmente na atenção básica, na realização da avaliação multidimensional, é a 3ª edição da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa e sua ficha-espelho. Esta última consolida as principais informações da caderneta, de forma a complementar os instrumentos já existentes no serviço de saúde (protocolos, fichas de cadastro, prontuários). A manutenção de uma ficha-espelho atualizada da caderneta na unidade de saúde irá contribuir para o monitoramento da condição de saúde e da atenção ofertada a cada usuário(a), bem como para o planejamento das ações no território pela equipe de saúde. Ressalte-se que novos campos podem ser incluídos, de acordo com as especificidades dos territórios e suas populações.

Os problemas identificados a partir da avaliação multidimensional da pessoa idosa, caso não sejam adequadamente tratados, podem conduzir a situações de incapacidade grave – imobilidade, instabilidade postural e quedas, incontinência, declínio cognitivo e iatrogenia. Portanto, os resultados das avaliações devem embasar a elaboração do projeto terapêutico singular (PTS), a ser implementado com cada usuário(a), por equipe interdisciplinar; contribuem ainda para a estruturação de ações do ponto de vista coletivo. As intervenções planejadas devem focar na manutenção e/ou recuperação da capacidade funcional da pessoa idosa.