Unidade de Aprendizagem IV
Cuidado e atenção à saúde da pessoa idosa: da promoção à reabilitação
Módulo 18 – Violência contra a pessoa idosa
Cena 13 - Joana reflete sobre violência
Joana está em casa após mais um dia de trabalho na unidade de atenção básica, onde exerce a função de agente comunitária de saúde. Após cuidar de suas tarefas diárias, resolve assistir ao noticiário pela televisão e ouve mais um caso de violência contra idosos. A notícia fala de um idoso que, após denúncia, é encontrado pela polícia sozinho em um barraco sem condições de higiene.
Veja a notícia.
Joana pensa nos idosos que são acompanhados pela ESF onde trabalha. Lembra dos relatos dos desaforos que eles costumam ouvir ao utilizarem os serviços de transporte em seus deslocamentos. As pessoas acham que os idosos atrasam a viagem cada vez que demoram a subir ou a descer, parece que rejeitam a velhice e os velhos, acreditam que não irão envelhecer um dia. “A gente vê isso no nosso dia a dia”, Joana reflete. A falta de respeito com os idosos é flagrante quando os mais jovens correm para subir nos ônibus na frente destes ou quando não cedem para eles o lugar, às vezes até fingindo que estão dormindo. Alguns reclamam que os idosos não deveriam usar os transportes durante os horários de maior movimento porque acreditam que eles têm muito tempo disponível para “passear” durante todo o dia e ainda viajam de graça! E os motoristas? A maioria sem qualquer preparo para lidar com pessoas de todas as idades, imagine com os idosos! Sem falar nos ônibus totalmente inadequados para uso pela população idosa.
Conheça uma situação usual em meios de transporte.
Quanto mais dependente, mais vulnerável. Joana recorda de idosos que são impedidos de participar socialmente e daqueles que têm seus modestos benefícios utilizados por familiares que não prestam a eles a assistência adequada, logo quando mais precisam cuidar de sua saúde. Lembrou ainda de outros relatos sobre os diversos tipos de golpes dos quais são vítimas nas agências bancárias e caixas eletrônicos, e até mesmo por telefone.
Joana lembrou também de como ficou impressionada com uma reportagem que viu recentemente sobre o aumento de casos de suicídio na população idosa. Veja a reportagem.
Ela pensa em Cíntia e nos problemas dela para lidar com os netos, o desemprego do filho e da nora e a falta de uma aposentadoria, que acabam por impactar seu quadro de hipertensão. Joana torce para que Cíntia, pelo menos, não continue negligenciando seus próprios cuidados.
Ainda tem o caso de Antônio, que não é cuidado pelos filhos. Joana sabe que apesar de Antônio nunca ter fortalecido seus laços familiares, agora só conta com esses parentes para ajudá-lo. Tomara que o Ministério Público e a equipe da ESF consigam reaproximar Antônio de seus filhos. Joana sabe que não será uma tarefa fácil, nunca é, mas a equipe com a qual trabalha é muito dedicada e auxiliará no que for possível.
E agora, mais recentemente, o caso da tia de sua colega Celina, que era mal tratada pelo marido e teve sua própria casa – herança de seus pais –, documentos e cartão de banco retirados pelas enteadas após a morte deste. Ainda bem que ela tem a sobrinha para ajudar. É sempre mais difícil quando se está sozinha, sem ninguém com quem se possa contar.
Joana pensa na necessidade de se elaborar soluções para o enfrentamento de todos esses casos.
Como devem agir os profissionais de saúde? Será que estão todos preparados para fazer um bom atendimento ao idoso e a sua família?