Notícia 1 – Saúde, a faceta mais cruel da crise

[...] O pronto-socorro é o único hospital de urgência e emergência de todo o estado, onde 92% da população não têm plano de saúde e dependem de atendimento público. Com apenas 149 leitos, o hospital constantemente tem taxa de ocupação de 150% [...]

O quadro é agravado pela precariedade da rede básica de saúde. Com isso, o pronto-socorro, unidade especializada em trauma, recebe pacientes com todos os problemas  imagináveis [...]

[...] A maioria dos pacientes que estão hoje espalhados pelos corredores não deveria estar aqui, mas não podemos deixar de atender – diz o diretor (GRIPP, 2007).

Notícia 2

“[...]Na emergência do maior hospital da cidade, são muitos os pacientes de outros municípios. E eles vêm à procura de atendimento básico: “Estava com infecção no dente. Não tinha recurso onde moro, fui pro posto e me encaminharam pra cá”, diz um deles.

“Onde moramos, tem o hospital que é pago e o que não paga. No público, eles não quiseram receber, ele tinha que vir pra cá”, fala a acompanhante de outro paciente.

Todo brasileiro tem direito à saúde pública, independentemente do endereço. Mas o secretário de saúde da cidade reclama que não tem recursos para atender a tanto doente de fora: “Nós investimos aqui na secretaria de saúde, mas a metade do dinheiro é gasta para atender gente de fora mesmo. Se nós não tivéssemos essa gente de fora, nosso sistema seria inteiramente aliviado, tranquilo” (REDE GLOBO, 2006 apud KUSCHNIR;  CHORNY; LIRA, 2010, p. 86).