Quem acredita em crescimento infinito em um planeta fisicamente finito, ou é louco, ou é economista.
(ATTENBOROUGH,2020)
A frase de abertura, usada como epígrafe, expressa muito das impressões que os cientistas de diferentes áreas do conhecimento sempre tiveram em relação ao debate econômico, principalmente após a Segunda Guerra Mundial.
Quantas vezes você já não escutou a preocupação das autoridades sobre o baixo crescimento do PIB? Aliás, você sabe o que é PIB? Assista ao vídeo PIB: o que é, para que serve e como é calculado, da série IBGE Explica.
Como você assistiu no vídeo, PIB (Produto Interno Bruto) se refere à soma do valor monetário de tudo aquilo que é produzido (produtos finais) em determinada região ou país, em determinado tempo (normalmente um ano).
Assim, de forma simplificada, quando dizemos que o PIB cresceu, significa que aumentamos o valor e/ou a quantidade de coisas produzidas, desconsiderando aquilo que é insumo (materiais que foram usados para produzir outras coisas). Normalmente, quando o PIB cresce significa que aumentamos o consumo e a pressão sobre os recursos disponíveis para a produção.

Em nossa perspectiva, o grande desafio para o alcance da Agenda 2030 está relacionado a uma mudança na lógica sobre o conceito de desenvolvimento.
Como podemos garantir prosperidade sem comprometer o planeta
Conheça um pouco mais sobre a busca de novos indicadores que expressem melhor o desenvolvimento econômico, social e ambiental de um país na reportagem Um mundo sem PIB.
É importante prestarmos atenção ao fato de que, quando se formula uma declaração geral de uma agenda de desenvolvimento, essa declaração está permeada por aspirações e desejos.
A Agenda 2030 tem um conteúdo aspiracional. Assim, por trás desse conjunto de indicadores há uma mensagem política sobre o que a comunidade internacional tem como aspiração, traduzida pelos 5 P's que já apresentamos (Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parceria).
Contudo, há uma percepção de que, no atual debate político, a Agenda 2030 vem perdendo a disputa sobre as transformações no “estilo de desenvolvimento”. Ou seja, governos com matizes ideológicos contrários ao que é preconizado pela Agenda 2030 têm se multiplicado ao redor do mundo.
Mesmo considerando esse contexto, a Agenda 2030 é, ainda, a materialização de uma intenção de mudança no “estilo de desenvolvimento” da comunidade internacional, um desenvolvimento com sustentabilidade, e defendemos sua implementação e aprofundamento.
Existe uma percepção de que aqueles que negam a existência das mudanças climáticas em seus discursos são as empresas e pessoas que mais estão se preparando para que elas aconteçam. Um exemplo é a compra de insumos e recursos cujas projeções apontam para crescente escassez, como fontes de água.
Para saber mais sobre isso, leia a matéria Moradores e ONGs denunciam privatização da água e alertam que fontes estão secando em São Lourenço.