Que tal rever alguns comerciais de televisão antigos sob a ótica de quem está no século XXI e começará a fiscalizar a publicidade, promoção e, também, o patrocínio de produtos derivados de tabaco?
Mesmo sem saber quais anúncios você assistiu, é possível afirmar muitas opções foram marcadas.
Isso porque as propagandas foram criadas para comunicar independência, vigor, rebeldia, aventura, confiança, autoafirmação, além de uma atitude moderna – características inerentes aos jovens, público-alvo das marcas.
O marketing de produtos derivados do tabaco, principalmente no que se refere aos jovens, é uma importante ferramenta para recrutar novos fumantes, os quais substituem aqueles que vão deixando de fumar ou morrendo, garantindo, assim, o futuro econômico da indústria do cigarro.
A indústria vincula o produto a situações alheias à natureza do cigarro, omite os riscos e incentiva o consumo na intenção de vender para aqueles que consomem os produtos derivados do tabaco. Há a promessa de um estilo de vida em que o sucesso profissional, independência, autorrealização e outros temas importantes para os jovens criam a necessidade artificial de consumo.
Cada uma das marcas explorava os atributos que escolheu, como beleza, saúde, força e sexo, para se exprimir estreitando sua identificação com os jovens.
Por trazerem características presentes ao nosso redor, seja na vida cotidiana ou em outros produtos culturais como novelas e artistas, os anúncios de cigarro pareciam muito naturais na época em que eram veiculados.
Eles levavam a mensagem de que o fumo é algo bom de maneiras muito sutis, pois nos envolviam em seus enredos.