Quando falamos em gestão territorial, estamos nos referindo ao ato de conduzir um determinado território em direção ao desejo comum das pessoas que vivem naquele local. No caso da Bocaina, o desejo comum das comunidades tradicionais é o de permanecer no território.
A governança territorial está no centro da proposta do OTSS, e é o que possibilita efetivar a transformação dos espaços, com base na ideia de incorporar novos valores para uma vida saudável e sustentável. Assista ao vídeo Como a gestão territorial pode ser resposta para dilemas que enxergamos no nível nacional e mundial?, no qual Edmundo Gallo fala sobre governança viva, cosmologia dos povos tradicionais e apropriação consciente dos territórios.
Defendemos, ao longo deste curso, que a principal estratégia para alcançarmos uma efetiva gestão territorial é a adoção de diferentes tecnologias sociais – em distintas áreas ou na interrelação entre elas –, que dialoguem com as demandas reais das comunidades que vivem no território, permitindo a construção de diálogo entre diferentes escalas de políticas púbicas: local municipal estadual nacional global.
Sua efetividade, entretanto, dependerá de seu rebatimento sobre o território, de sua expressão em agendas territorializadas, cuja governança e gestão estratégica, em especial a avaliação de efetividade, são os desafios mais relevantes, demandando objetivos, metas e estratégias matriciais capazes de articular os pilares do desenvolvimento sustentável. (GALLO; SETTI, 2014, p. 39).
Um importante instrumento para alcançar a gestão territorial por meio das tecnologias sociais é a sua rotineira caracterização, com base no uso de ferramentas de localização espacial, em especial do GPS.
No entanto, a simples localização das diferentes tecnologias sociais não é suficiente para a constituição de uma gestão territorial. É preciso produzir elementos que contribuam para o desenvolvimento e reaplicação de tecnologias em diversos contextos e comunidades. Ou seja, é necessário promover o diálogo entre várias iniciativas e construir canais de reaplicação em realidades distintas, tendo sempre o interesse do território como centro dessa organização.
Fonte: Observatório dos Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (2020a).
Foto: Eduardo Di Napoli/Comunicação OTSS.
Nossa perspectiva é a de que a crescente autonomia local para lidar com as demandas que surgem de necessidades concretas – geridas com base no diálogo de interesses, na luta política e nas possibilidades de determinado território – é um dos caminhos para construir modelos de reprodução da vida que possam fazer frente ao modelo hegemônico que considera o lucro como único fim legítimo.
Para nós, o objetivo legitimo é a reprodução da vida a partir do respeito aos modos tradicionais de vida das comunidades e de seus habitantes.
Ao longo do curso, foram propostas diversas atividades para subsidiar sua reflexão sobre a aplicação de tecnologias sociais em seu território de atuação. Agora é o momento de sistematizá-las na forma de um produto único, que após o término do curso possa auxiliar o desenvolvimento de tecnologias sociais nas comunidades tradicionais: o Plano de Ação para Implementação de Tecnologia Social (Pats).
Para o desenvolvimento do Pats, pedimos que você produza um documento ou vídeo contemplando:
Lembre-se de seguir as orientações para execução e envio das atividades apresentadas no início do curso.
Você terá um prazo de 2 semanas para a sistematização do seu Pats. Após finalizar sua produção, acesse o AVA para enviar sua atividade.