No primeiro momento presencial (pedagógico) do curso, tivemos a oportunidade de discutir várias ações em saúde que se relacionam ao SUS. Por isso, gostaríamos de começar este módulo sugerindo a seguinte questão:
O que é o SUS para você
Grave um áudio de até 1 minuto com a sua resposta. Você precisará retornar a ele mais adiante no seu estudo.
Será que outras pessoas definiriam o SUS da mesma forma? Assista ao vídeo com depoimentos de participantes do Fiocruz pra Você:
O SUS foi criado em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, que determinou a saúde como direito de todos e dever do Estado. O sistema é reconhecido como um dos maiores programas públicos de saúde no mundo, colocando o Brasil como único país com mais de 100 milhões de habitantes a garantir assistência integral e completamente gratuita a toda a população.
Veja o que o sanitarista José Noronha, ator histórico da saúde pública no Brasil e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, diz sobre esse assunto no vídeo sobre direito à saúde:
Mas o que dizem os dispositivos legais?
A Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990 , (BRASIL, 1990) organiza o SUS e declara seus princípios:
Assista ao vídeo Ecologia de saberes, da coordenadora de gestão de saberes do OTSS, Indira França, sobre a importância de reconhecer os diversos tipos de saberes para promover maior participação social e diminuir desigualdades.
Agora, para compreender melhor o que são os princípios do SUS, veja este vídeo do Paulo Sérgio, mestre em saúde pública, que faz um bom resumo sobre o tema.
A principal característica organizativa do SUS é ser hierarquizado e interfederativo.
Hierarquizado porque os serviços de saúde são organizados de acordo com o grau de complexidade da atenção à saúde. Veja este esquema que ilustra os três níveis de complexidade do SUS:

Fonte: Elaboração própria.
Interfederativo porque o SUS é administrado de forma tripartite, ou seja, o financiamento e a gestão são responsabilidades comuns aos três níveis de governo: federal, estadual e municipal. Ouça o áudio para entender um pouco mais sobre o financiamento do SUS.
A discussão sobre a responsabilidade tripartite do SUS pode ser analisada por dois vieses. Um é o da execução dos serviços em saúde; e o outro, que pode ser analisado de forma mais fácil, é o financiamento desse serviço. Pela ótica do financiamento, a Tabela 1 nos mostra que os gastos em saúde entre os anos 2000 e 2010 cresceram nominalmente 212,5%. Quando a gente adiciona a inflação a essa conta, a gente vê um crescimento real de 91,4% dos gastos em saúde, nos diferentes níveis de governo. Mais interessante é olhar a descentralização do financiamento, porque os gastos de estados e municípios crescem de forma mais contundente do que os gastos federais. Isso se explica, principalmente, pela ampliação das unidades básicas de saúde e das estratégias de saúde da família.
Tabela 1 – Gasto em saúde por níveis de governo, em bilhões de reais, de 2000 a 2010

Fonte: Piola, França, Nunes (2016).
A unidade básica de gestão e planejamento do SUS é a Região de Saúde definida como:
Espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. (BRASIL, 2011)
Ou seja, é a Região de Saúde que irá definir com quais municípios o seu território dialoga para tratamentos de saúde da população. É por isso que um paciente de determinado lugar pode ser transferido para outro quando há complicações do seu estado de saúde.
No caso de Paraty, a Região de Saúde seria a de Barra Mansa. Mas, na prática, a organização da saúde lá é feita de outra maneira.
O SUS é um dos poucos sistemas públicos universais de saúde do mundo e, certamente, o maior em número de pessoas atendidas.
Caso queira se aprofundar em alguns dos pontos discutidos nesta seção, recomendamos:
Para concluir essa parte da nossa conversa, sobre o SUS, vejamos o que Mauro de Lima Gomes, coordenador da articulação política institucional do OTSS/Fiocruz, pensa sobre a história e o futuro do SUS:
As atividades iniciais têm o intuito de relacionar os conteúdos apresentados no curso com a comunidade e a área de atuação de cada aluno.
Lembre-se de seguir as orientações para execução e envio das atividades apresentadas no início do curso.