Atividade 3
Registros analíticos: relatório
Você concluiu a etapa de mapeamento da escola e, com certeza, tem em mãos um conjunto rico e diversificado de anotações, fotos, vídeos e outros registros.
É hora de converter tudo isso em texto, o que num primeiro momento pode parecer uma tarefa difícil, mas certamente o ajudará a organizar tudo o que você viveu até aqui. Bom trabalho.
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Relatório analítico das observações do campo (envio de atividade no AVA)
Participação (caso sinta necessidade) no Fórum de suporte à elaboração do relatório.
Em outras palavras, que com base em suas observações, você nos apresente elementos da cultura da sua escola; particularmente aqueles mais afeitos às dimensões que compunham seu roteiro de observação.
Para tanto, seu relatório deve conter mais que uma descrição simples de situações que você testemunhou e anotou em seu diário de campo.
Nesta atividade, você deverá produzir um relatório analítico que expresse as observações que fez e as reflexões que realizou com base nessas observações.
A narrativa simples dos fatos observados, com certeza, é uma parte importante do texto que você deve produzir, pois ela nos permitirá reconhecer que você esteve verdadeiramente lá, que observou aspectos do cotidiano e do modo de viver dos “nativos”, e que foi capaz de reproduzi-los textualmente; mas esperamos mais.
Queremos que você tenha em mente, com base na orientação de Clifford Geertz (2008 p. 4), que a prática da etnografia não é definida pelas técnicas e pelos procedimentos de pesquisa, tais como “estabelecer relações, selecionar informantes, transcrever textos, levantar genealogias, mapear campos, manter um diário, e assim por diante”. Muito mais, ela é definida pelo tipo de esforço intelectual que se desenvolve com vistas à produção de uma “descrição densa”.
Esta descrição deve permitir ao leitor entender a hierarquia das estruturas de significado em torno das quais aqueles comportamentos e ações observados no campo são produzidos, percebidos e interpretados como categorias culturais.
Nos primeiros textos desta unidade de aprendizagem, você já aprendeu que, dentre várias outras possibilidades, a cultura pode ser entendida como uma teia de significados.
Assumindo essa perspectiva, na interpretação dos seus achados de campo você deve buscar identificar e tornar explícitas as estruturas de significação que justificam e permitem compreender os principais fenômenos que você observou e registrou, determinando sua base social e sua importância no contexto em que eles ocorreram.
Assim, é bem provável que você consiga ultrapassar os limites de uma narrativa simples chegando ao ensaio de “descrição densa” (GEERTZ, 2008) que esperamos de você, ou seja, o produto de seu esforço de interpretação sobre a cultura da sua escola.
Como já dissemos, o objetivo principal desta atividade de mapeamento da escola é que você, considerando as três dimensões de análise constantes de seu roteiro de observação do campo, identifique e descreva, entre outros, as práticas, as rotinas, as crenças, os valores, as linguagens e os significados que são partilhados pelo conjunto de pessoas que conformam o(s) grupo(s) social(is) que convive(m) na sua escola.
Muito se discute, ainda atualmente, sobre a escrita etnográfica. Embora este seja um debate deveras interessante, não nos cabe, no escopo deste curso, exigir de você uma ampla compreensão das condições epistemológicas e metodológicas desse fazer; contudo, entendemos que algumas pistas podem ajudá-lo a cumprir, com mais segurança e qualidade, a atividade que lhe propomos agora.
Clique nos boxes e confira algumas observações.
É importante ressaltar que, diferentemente do olhar e do ouvir, que, como vimos, são os “atos cognitivos mais preliminares do trabalho de campo”, o escrever é uma atividade exercida “por excelência no gabinete” (OLIVEIRA, 2006, p.25). Esse distanciamento e essa focalização oportunizadas pelo “estar aqui” (GEERTZ, 1988) são importantes para que você possa reconstituir, analiticamente, no plano do discurso, os fatos verificados por você durante o trabalho de campo.
É desse modo, valendo-se de sua sensibilidade, de sua experiência, de sua intuição e dos pressupostos teóricos de seu estudo (ANDRÉ, 1995) que você vai olhar novamente para os dados que coletou, submetendo-os a uma leitura interpretativa que lhe permita extrair, deles, “os conteúdos, os significados, as mensagens implícitas e explícitas, os valores, os sentimentos e as representações neles contidos” (ANDRÉ, 1995, p. 61), tornando possível a descoberta de novos conhecimentos.
É preciso compreender que você não escreve apenas para comunicar, mas, principalmente, para construir seu próprio conhecimento sobre o objeto que analisa, uma vez que “existe uma relação dialética entre comunicar e conhecer, pois ambos partilham de uma mesma condição: a que é dada pela linguagem” (OLIVEIRA, 2006, p.26).
É no ato de rememorar e de interpretar sua experiência no campo, por meio da escrita, que você será capaz de estabelecer conexões entre fatos, eventos e explicações colhidos na escola. Com base nisso, poderá elaborar e reelaborar seus entendimentos sobre os sentidos que os diversos agentes sociais atribuem a esses fatos, eventos e explicações, que são expressões tangíveis da cultura daquela instituição e das culturas que ali se entrecruzam.
É preciso lembrar que nesse tipo de levantamento, por sua natureza metodológica, você, como pesquisador, é parte constituinte de seu objeto de pesquisa. Daí que deve reconhecer a dimensão da influência de sua própria cultura sobre as escolhas, priorizações e interpretações que você elabora.
Sobre isso já conversamos no texto de orientação para o trabalho de campo (Mapeamento como exercício de pesquisa), e acreditamos que seria útil você voltar a ele para revisar nossas orientações sobre desnaturalização e relativização.
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Entre outras implicações dessa acepção para o processo de produção de seu relatório, está a certeza, que de antemão partilhamos com você, de que a primeira versão de seu texto não será a definitiva.
O reescrever é parte importante desse exercício, por ser essencial à reflexão avançada que queremos que você execute.
Agora é sua vez!
Estamos ansiosos para conhecer sua escola e acreditamos que, a esta altura, ela também já pareça bem diferente para você.
Então, mãos à obra!
Conte-nos como ela é!
UAI - Cada escola, uma história
Atividade 3
É importante ressaltar que, diferentemente do olhar e do ouvir, que, como vimos, são os “atos cognitivos mais preliminares do trabalho de campo”, o escrever é uma atividade exercida “por excelência no gabinete” (OLIVEIRA, 2006, p.25). Esse distanciamento e essa focalização oportunizadas pelo “estar aqui” (GEERTZ, 1988) são importantes para que você possa reconstituir, analiticamente, no plano do discurso, os fatos verificados por você durante o trabalho de campo.
É desse modo, valendo-se de sua sensibilidade, de sua experiência, de sua intuição e dos pressupostos teóricos de seu estudo (ANDRÉ, 1995) que você vai olhar novamente para os dados que coletou, submetendo-os a uma leitura interpretativa que lhe permita extrair, deles, “os conteúdos, os significados, as mensagens implícitas e explícitas, os valores, os sentimentos e as representações neles contidos” (ANDRÉ, 1995, p. 61), tornando possível a descoberta de novos conhecimentos.
É preciso compreender que você não escreve apenas para comunicar, mas, principalmente, para construir seu próprio conhecimento sobre o objeto que analisa, uma vez que “existe uma relação dialética entre comunicar e conhecer, pois ambos partilham de uma mesma condição: a que é dada pela linguagem” (OLIVEIRA, 2006, p.26).
É no ato de rememorar e de interpretar sua experiência no campo, por meio da escrita, que você será capaz de estabelecer conexões entre fatos, eventos e explicações colhidos na escola. Com base nisso, poderá elaborar e reelaborar seus entendimentos sobre os sentidos que os diversos agentes sociais atribuem a esses fatos, eventos e explicações, que são expressões tangíveis da cultura daquela instituição e das culturas que ali se entrecruzam.
É preciso lembrar que nesse tipo de levantamento, por sua natureza metodológica, você, como pesquisador, é parte constituinte de seu objeto de pesquisa. Daí que deve reconhecer a dimensão da influência de sua própria cultura sobre as escolhas, priorizações e interpretações que você elabora.
Sobre isso já conversamos no texto de orientação para o trabalho de campo (Mapeamento como exercício de pesquisa), e acreditamos que seria útil você voltar a ele para revisar nossas orientações sobre desnaturalização e relativização.
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É importante ressaltar que, diferentemente do olhar e do ouvir, que, como vimos, são os “atos cognitivos mais preliminares do trabalho de campo”, o escrever é uma atividade exercida “por excelência no gabinete” (OLIVEIRA, 2006, p.25). Esse distanciamento e essa focalização oportunizadas pelo “estar aqui” (GEERTZ, 1988) são importantes para que você possa reconstituir, analiticamente, no plano do discurso, os fatos verificados por você durante o trabalho de campo.
É desse modo, valendo-se de sua sensibilidade, de sua experiência, de sua intuição e dos pressupostos teóricos de seu estudo (ANDRÉ, 1995) que você vai olhar novamente para os dados que coletou, submetendo-os a uma leitura interpretativa que lhe permita extrair, deles, “os conteúdos, os significados, as mensagens implícitas e explícitas, os valores, os sentimentos e as representações neles contidos” (ANDRÉ, 1995, p. 61), tornando possível a descoberta de novos conhecimentos.
É preciso compreender que você não escreve apenas para comunicar, mas, principalmente, para construir seu próprio conhecimento sobre o objeto que analisa, uma vez que “existe uma relação dialética entre comunicar e conhecer, pois ambos partilham de uma mesma condição: a que é dada pela linguagem” (OLIVEIRA, 2006, p.26).
É no ato de rememorar e de interpretar sua experiência no campo, por meio da escrita, que você será capaz de estabelecer conexões entre fatos, eventos e explicações colhidos na escola. Com base nisso, poderá elaborar e reelaborar seus entendimentos sobre os sentidos que os diversos agentes sociais atribuem a esses fatos, eventos e explicações, que são expressões tangíveis da cultura daquela instituição e das culturas que ali se entrecruzam.
É preciso lembrar que nesse tipo de levantamento, por sua natureza metodológica, você, como pesquisador, é parte constituinte de seu objeto de pesquisa. Daí que deve reconhecer a dimensão da influência de sua própria cultura sobre as escolhas, priorizações e interpretações que você elabora.
Sobre isso já conversamos no texto de orientação para o trabalho de campo (Mapeamento como exercício de pesquisa), e acreditamos que seria útil você voltar a ele para revisar nossas orientações sobre desnaturalização e relativização.
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É importante ressaltar que, diferentemente do olhar e do ouvir, que, como vimos, são os “atos cognitivos mais preliminares do trabalho de campo”, o escrever é uma atividade exercida “por excelência no gabinete” (OLIVEIRA, 2006, p.25). Esse distanciamento e essa focalização oportunizadas pelo “estar aqui” (GEERTZ, 1988) são importantes para que você possa reconstituir, analiticamente, no plano do discurso, os fatos verificados por você durante o trabalho de campo.
É desse modo, valendo-se de sua sensibilidade, de sua experiência, de sua intuição e dos pressupostos teóricos de seu estudo (ANDRÉ, 1995) que você vai olhar novamente para os dados que coletou, submetendo-os a uma leitura interpretativa que lhe permita extrair, deles, “os conteúdos, os significados, as mensagens implícitas e explícitas, os valores, os sentimentos e as representações neles contidos” (ANDRÉ, 1995, p. 61), tornando possível a descoberta de novos conhecimentos.
É preciso compreender que você não escreve apenas para comunicar, mas, principalmente, para construir seu próprio conhecimento sobre o objeto que analisa, uma vez que “existe uma relação dialética entre comunicar e conhecer, pois ambos partilham de uma mesma condição: a que é dada pela linguagem” (OLIVEIRA, 2006, p.26).
É no ato de rememorar e de interpretar sua experiência no campo, por meio da escrita, que você será capaz de estabelecer conexões entre fatos, eventos e explicações colhidos na escola. Com base nisso, poderá elaborar e reelaborar seus entendimentos sobre os sentidos que os diversos agentes sociais atribuem a esses fatos, eventos e explicações, que são expressões tangíveis da cultura daquela instituição e das culturas que ali se entrecruzam.
É preciso lembrar que nesse tipo de levantamento, por sua natureza metodológica, você, como pesquisador, é parte constituinte de seu objeto de pesquisa. Daí que deve reconhecer a dimensão da influência de sua própria cultura sobre as escolhas, priorizações e interpretações que você elabora.
Sobre isso já conversamos no texto de orientação para o trabalho de campo (Mapeamento como exercício de pesquisa), e acreditamos que seria útil você voltar a ele para revisar nossas orientações sobre desnaturalização e relativização.
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